domingo, 5 de outubro de 2008

A Cidade e a Raiva (um)

Nítido e leve ramo de oliveira
delgado ramo que um dia pintei sobre polaroid
leve traço no horizonte moldado por neon
paira sobre a telarepousa como a memória do teu beijo
presa na minha mente
enclausurada em mim
como uma ferida sobre o meu peito

um pequeno fruto negro nasce no meu coração
prestes a desabrochar num belo botão de rosas negras
uma leve onda de tristeza atravessa a minha mente
a saudade daqueles belos jardins
a saudade presa na minha rotina
atormenta-me
pesa-me nas costas e faz-me lamber as pedras do mirante
onde me amas-te
faz-me procurar um pouco daqueles dias
um pouco daqueles momentos

um vazio cresce dentro de mim
apenas o sol me aquece
apenas os jardins me enchem de alegria
só o silêncio e o vento me sopram ao ouvido

Sem comentários: